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Em qualquer viagem reservada com a Flapper, ao chegar no seu ponto de partida e embarcar na aeronave fretada, você se deparará com um equipamento em perfeitas condições de voo, limpo, organizado e confortável, para que o seu itinerário seja realizado com a melhor experiência possível em aviação executiva. Neste artigo contamos como é feito o processo de limpeza de aeronaves executivas.
Até a chegada desse momento, um grande caminho é percorrido em uma operação que envolve muitas mãos. Desde os nossos city managers, passando pelos representantes dos parceiros e dos aeródromos, até à equipe de voo. Mas, além das principais funções que vem à mente quando pensamos nessa cadeia, há uma equipe tão fundamental quanto: a da limpeza.
Na aviação executiva, os trabalhadores que cuidam da limpeza de aeronaves realizam um serviço silencioso, ágil e efetivo, garantindo que não haja nenhum resíduo do voo anterior no momento do embarque de um novo cliente.
O que já exigia uma rotina de excelência, inclusive, ganhou ainda mais relevância desde que convivemos com a pandemia de Covid-19, que nos mostrou a importância da sanitização não só pessoal, mas dos ambientes.
Rotinas de Limpeza
Antes de tudo, é preciso destacar que a higienização de aeronaves é feita com produtos específicos para a aviação, tanto executiva quanto comercial. Esses materiais são desenvolvidos para não prejudicarem a estrutura complexa de jatos e helicópteros, sem umidificar compostos eletrônicos, aumentar riscos de inflamação ou expor o ambiente a gases tóxicos.
E quando as aeronaves são sanitizadas? A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que a higienização ocorra a cada parada – em trânsito ou em pernoite – de modo a garantir um ambiente sanitariamente seguro a fim de não colocar em risco a saúde dos viajantes ou de outras pessoas que utilizarem os equipamentos.
Na Fly Clean – Estética Aeronáutica, a recomendação é seguida: a empresa conduz as limpezas após cada voo – ou nos períodos de grande permanência dentro do hangar. Como explica Júnior Mendes Caldeira, gerente de Segurança Operacional, a companhia tem tipos diferentes de higienização. A mais regular é chama da “limpeza completa”, enquanto o “processo de detalhamento” corresponde a um trabalho mais completo e, consequentemente, mais complexo. A equipe também atua com “limpezas de conservação”, que servem para manutenção das aeronaves em termos estéticos.
Normalmente, quando a limpeza é feita em trânsito, o ideal é que o foco seja em mitigar riscos de transmissão de doenças, tanto no pós-desembarque, quanto no pré-embarque. A higienização e desinfecção são feitas, sobretudo, nas áreas de múltiplos toques – mesas, poltronas, encostos, janelas, maçanetas, compartimentos de bagagem, equipamento de luzes etc. – e superfícies de áreas críticas como banheiros e galleys.
Quando a aeronave está em pernoite (ou perdia), é hora de aproveitar para uma limpeza mais pesada. Assim, além de tudo o que é feito em uma higienização mais curta, o trabalho tem uma abrangência maior. Isso é, limpa-se também pisos, tapetes, carpetes, tecidos e as áreas internas dos compartimentos de bagagem e das galleys.
É fundamental destacar que, independentemente do quão profunda seja a limpeza, os funcionários sempre utilizam equipamentos de proteção individuai (EPIs), como aventais, luvas, óculos e, entre outros, máscaras. Assim, estão protegidos não somente os clientes, mas também a equipe de higienização, que é treinada sobre a forma correta de utilizar os EPIs e sobre as normas de paramentação.
Limpeza Interna
Um dos locais mais críticos em relação à sujeira interna, em contato constante com sapatos e rodas de malas, são os tapetes e carpetes. Ao contrário do que fazemos em nossas casas, na aviação executiva não é recomendado que esses materiais sejam varridos. Isso pode acarretar a suspensão das partículas de pó, contaminando ambientes já higienizados ou afetando o sistema de climatização das aeronaves.
Imagem: Alexandre Saconi/UOL
Mais apropriadamente, são utilizados aspiradores de pó com filtros HEPA – de alta eficiência – para remover a sujeira desses carpetes e tecidos.
Além da sanitização dos carpetes e tapetes, segundo Caldeira, os principais procedimentos realizados na limpeza interna focam na higienização de todas as partes de couros e estofados, na sanitização detalhada do cockpit, dos armários e da galley e nas janelas e partes cromadas do interior da aeronave.
Esses processos exigem cuidado, uma vez que a sensibilidade dos equipamentos no cockpit ou na galley demanda atenção. Ao limpar, por exemplo, o painel do piloto, onde há diversos comandos eletrônicos, o zelo tem de ser redobrado.
“O cuidado com cada componente é de suma importância, pois são equipamentos de valor elevado e que devemos manter sempre em perfeito estado”, diz o gerente da Fly Clean.
Já as poltronas onde nos sentamos, pela delicadeza do material, são esfregadas com produtos antes aplicados em panos. O contato direto dos químicos com o couro tem potencial de causar danos aos assentos, por isso é importante que o procedimento seja feito corretamente.
Na sequência, retirando o excesso, são utilizados panos secos. Esse processo é repetido também em superfícies como as mesas. É uma maneira de garantir que não permaneça no ambiente mais produto do que o necessário e que a limpeza dure mais tempo. Isso porque, ao passar um pano seco sobre a superfície recém-higienizada, cria-se uma película protetora na região, que dura dias.
Por conta da pandemia, algumas empresas passaram a conduzir uma pulverização de desinfetante nas aeronaves. Nesses casos, são utilizadas máquinas pulverizadoras especiais. Elas não permitem que partículas úmidas permaneçam suspensas e danifiquem estruturas. As equipes também pulverizam o produto nas tubulações de ar-condicionado, que permanecem ligados durante todo o processo.
Na Fly Clean, a desinfecção é feita por meio de um nebulizador atômico. “Usamos produtos certificados para o processo, sempre seguindo os padrões da Anvisa e do fabricante de cada aeronave. Com a pandemia, a limpeza de aeronaves foi um ponto de atenção redobrada, pois estávamos lidando com um fato no início desconhecido e precisamos nos adequar o quanto antes aos processos”, relata Caldeira.
Parte Externa
Na parte de fora das aeronaves, a higienização é mais importante do que nós supomos. Uma superfície limpa significa que o atrito com o ar será menor. Isso, por sua vez, resulta em menos combustível consumido e maior percepção de segurança por parte dos passageiros durante a viagem.
Reprodução Instagram FlyClean
Por isso, normalmente, a parte inferior dos aviões é a última a ser limpa, tanto para não espalhar a sujeira que se acumula na região para onde já foi higienizado, quanto para se deter com atenção nesse local tão importante.
De qualquer forma, na parte de fora, a limpeza é feita a seco ou com produtos direcionados para a aviação, dependendo da escala de voos e do tempo dedicado à higienização. Independentemente da abrangência da limpeza, são utilizados escovas, esponjas e panos de superfície suave, para que não risquem ou danifiquem a pintura das aeronaves.
A Fly Clean trabalha com algumas opções diferentes. “Na lavagem tradicional utilizamos água, porém com um método de limpeza mais seguro, em que a precaução e o cuidado com a pintura são primordiais. Na lavagem a seco, o intuito é evitar corrosão e o acúmulo de água em partes de difícil acesso”, detalha o gerente.
Segundo Caldeira, a empresa também atua com enceramento técnico mensal – que cria uma barreira de proteção para conservar a aeronave –, com polimento de superfícies cromadas e com a higienização detalhada de trem de pouso, flaps e superfícies de comando.
Por fim, as janelas são esfregadas com muita atenção. Muitas equipes de limpeza optam em realizar essa higienização com movimentos unidirecionais – horizontais ou verticais, o contrário do sentido utilizado internamente. Com esse “cruzamento”, se alguma sujeira permanecer será mais fácil perceber em que lado está.
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